[RE]Start

13:30


Significado de Recomeçar:
v.t. Começar de novo; refazer depois de interrupção: recomeçar um hobbie.
Retornar a fazer qualquer coisa: recomeçar a ser feliz.
V.i. Começar a ser, a produzir-se novamente: recomeça a chuva.

Eu não sou boa com apresentações. No geral, costumo ser uma pessoa que fala o básico - o meu nome. Mas o meu nome aqui e agora não é tão importante, porque eu posso ser apenas eu  mesma aqui. Eu estou com aquela necessidade de falar. De escrever. De desabafar e de arrancar de dentro do meu "eu interior" o que me incomoda, me angustia. De falar sobre os meus sentimentos, pensamentos. Meus textos, até então escondidos em uma gaveta ao lado de uma mesa finalmente vão começar a ser revelados. Talvez não para um mundo inteiro - eu não quero ninguém lendo qualquer coisa minha por obrigação. Não há página no facebook, não há twitter. Não há qualquer pretensão de sair espalhando para qualquer pessoa o que penso e sinto.

Isso porque, basicamente,  estou aqui me despindo em frente a olhares de desconhecidos, e eu não sei o quê esses desconhecidos (e possivelmente não tão desconhecidos) irão pensar. E eu não saber a reação desses "estranhos" perante a minha própria vida é algo assustador e empolgante. Acho que todo mundo precisa se arriscar uma vez na vida, fazer o que nunca achou que faria. No meu caso, dividir comigo mesma minhas sensações, meus desejos, minha vida. Abrindo a porta, de coração escancarado aos recém-chegados. Limpe os pés antes de entrar, e sinta-se muito bem vindo, porque o meu universo pessoal é a minha mente. Jurei que faria 2014 ser um ano diferente, que seria mais (bem mais) determinada. De uma forma ou de outra, deixar para fazer em agosto o que que queria ter feito em janeiro é algo que me incomoda, mas antes tarde do que nunca - e mesmo agosto sendo o mês do desgosto... Eu espero que ele simbolize ao menos uma coisinha especial para, quando olhar para trás, sentir que valeu a pena.

Acredito fielmente que estou vivenciando mais uma situação de lição do que qualquer outra coisa. Como diz Hans C. Andersen, "quando as palavras falham, a música fala"; talvez por tanto estar conectada à música, justamente isso o que  me moveu a fazer questões que, em sua maioria, ficaram sem respostas. Me perguntei quando exatamente eu deixei de ter ânimo com as coisas que amo, que desejo, que adoro. Quando deixei de me sentir confortável ao escrever uma resenha, de imaginar os personagens, de escrever, de desabafar? Quando parei de me interessar por aquelas coisas, mesmo que pequenas, que me faziam tão feliz? Quando as coisas se tornaram um peso, não uma verdadeira cura? Porque, até então, fazer tudo isso me deixava leve, tanto quanto uma pluma. A resposta veio como um tiro certeiro no alvo: quando eu comecei a acreditar que o que eu estava fazendo era uma obrigação. Creio, claro, que ver o problema é o primeiro passo para a solução total. Pensando de um ângulo um pouco mais sério e menos egoísta, compreendo os motivos a ter sido parcialmente abandonada. Não significa que eu consiga aceitar tão facilmente.

Resolvi tentar. Mais uma vez. Nem que seja para novamente remar que nem uma condenada e morrer na praia. O mar é grande, o caminho também vai ser. Penso que parte disso tenha sido em parte porque eu enxergava a solução, há muito, na frente dos meus olhos; contudo, me parece que (já) está na hora de trocar as lentes dos óculos, porque não enxerguei. Ou não quis ver. Estou mais inclinada a acreditar que tenha sido a última alternativa. É mais fácil fechar os olhos; é mais fácil fingir que ela não é aquele pilar principal que carrega tudo, mas que é um mero detalhe que pode ser "facilmente ignorado". Nunca acreditei  muito que tenho tempo para sentir melancolia... Agora, porém, cá estou desabafando palavras que eu achei que dificilmente seriam faladas (digitadas, que seja).

Eu novamente retorno. Afinal, "o bom filho a casa torna". Cansei dos meus próprios "achismos". Estou com vontade de falar eu sei e eu quero. Chega de pensar em como as coisas deveriam ser e como elas realmente são. Sacudir a poeira, erguer a cabeça e ignorar o que me faz mal. É isso o que todo mundo deveria fazer,  não?

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